[ENEM] Eleatas: Xenófanes, por que deus é um


William Blake, O Ancião dos Dias, 1794

Oi gente,

Como combinado, queria deixar uma demonstração racional, como os eleatas faziam, da necessária unidade de Deus. O que implica em um monoteísmo. Segue um trecho de um texto sobre Xenófranes, escrito por Aristóteles, que tomei a liberdade de grifar. 

Observem a argumentação lógica e racional:

Ela começa com uma definição hipotética (pensamento puro, no espírito eleata):
<Se> o deus é o mais potente
E, seguindo regras do próprio pensamento, conclui que
É, portanto, único.

Contudo, não sem observar outra hipótese:
<Se> houvesse dois ou mais
A qual se prova falsa, caso se observe a primeira definição: deus é o mais potente.

SOBRE XENÓFANES

 "Se o deus é o mais potente dentre o conjunto dos entes, convém, diz ele, que este seja um. Com efeito, se houvesse dois ou mais, não haveria o mais potente e melhor dentre todos, pois cada um dessa pluralidade sendo deus seria tal de modo semelhante; pois é isso um deus e o poder de um deus: dominar sem ser dominado, e todo o resto é um ser dominado. De modo que, na medida em que não é mais potente, nessa medida não é deus. Suposto efetivamente que eles sejam mais numerosos: se, por um lado, eles fossem, uns em relação aos outros, tanto mais potentes, quanto menos, eles não seriam deus; pois o divino consiste por natureza em não ser dominado. Suposto, por outro lado, que eles sejam iguais, não seria possível que um deus deva, quanto à sua natureza, ser o mais potente. Mas o igual não é nem melhor nem pior que seu igual. De modo que, se ao menos um deus é e é algo tal, único é o deus. De outro modo, ele não poderia absolutamente tudo o que ele quisesse: ele não o poderia, com efeito, se eles fossem mais numerosos. Ele é, portanto, único."

[Aristóteles] Sobre Xenófanes in: Barbara Cassin, Se Parmênides.


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